quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Eta Carinae - A gigante misteriosa


     
       Situada na constelação de Carina, Eta Carinae é uma estrela instável misteriosa e extremamente brilhante, e está a cerca de 7,500 anos luz do nosso planeta. Catalogada pela primeira vez em 1677 pelo astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742), seu tamanho de cerca de 126 massas solares é extremamente raro. 
       Eta Carinae A é uma das estrelas mais maciças e mais visíveis em nosso céu. Por causa de sua massa extremamente alta, esta estrela é instável e usa seu combustível muito rapidamente, em comparação com outras. Por ser extremamente maciça, acreditam que ela explodirá dentro de um milhão de anos. Quando seu fim chegar sua explosão poderá ser vista da Terra, e é possível que o brilho se compare ao da lua visto do nosso planeta.
       Em abril de 1843, foi observado que Eta Carinae sofreu uma grande explosão ( “ A Grande Erupção”) arremessando cerca de 20 massas solares de matéria e tornando-se por algum tempo o segundo objeto mais brilhante no nosso céu. Uma explosão dessa magnitude transformaria qualquer estrela em pedaços, mas Eta Carinae, não se sabe como, sobreviveu.
        Seu tamanho gigantesco, não explicava os grandes saltos de brilho, e por muito tempo permaneceu como um mistério e apenas em 1977 ele começou a ser desvendado. O brasieiro Augusto Damineli do Instituto de Astronomia,Geofísica e Ciências Atmosféricas do IAG,USP que estudava o comportamento misterioso da estrela foi que sugeriu uma hipótese cabível para o mistério. Ela sugeria que Eta Carinae era uma estrela dupla numa órbita excêntrica quando elas na aproximação máxima (periastro) estariam separadas  por aproximadamente de 200 milhões de quilômetros, distância extremamente pequena, pouco mais da distância da Terra ao Sol. Isto resolvia as restrições impostas pelo Limite de Eddington ao dividir a massa mas restava  a explicação para os saltos e diminuição do brilho.
        Damineli calculou que em um período de órbita de 5,53 anos ou, 2020 dias haveria uma queda de brilho que recebeu o nome de ‘apagão’ quando uma estrela passava à frente da outra com relação a linha de visão que liga a Terra a Eta Carinae e isto provocava outrossim uma súbita queda na emissão de raios X. Contudo era necessário a comprovação da hipótese, da parceria de Eta Carinae A e Eta Carinae B e essa veio através do satélite Fuse , sigla em inglês de “Explorador Espectroscópico do Ultravioleta Distante” da NASA. As medidas no ultravioleta permitiram identificar a presença de Eta Carinae B, comprovando também que a estrela no periastro entra dentro do vento estelar de Eta Carinae A.
      O fenômeno conhecido como ‘apagão’ ocorre portanto quando a Eta Carinae B com massa calculada com cerca de 36 vezes a do Sol ,penetra no periastro no vento estelar da principal A com 90 massas solares, maior e portanto mais fria. O resultado é uma espécie de eclipse estelar de alta energia que faz com que certas faixas do espectro eletromagnético em especial os raios X, sejam bloqueados. Para monitorar o comportamento de ambas estrelas, o astrônomo amador de Campinas,SP, Rogério Marcon, através de um espectroscópio por ele construído, está empenhado na imagem diária do sistema que irá possibilitar flagrar o inicio, o meio e o fim do ‘apagão’.
       A Nasa também têm monitorado através de observações pelo telescópio espacial e recentemente em um reparo do telescópio espacial (STIS) a bordo do telescópio espacial de Hubble conseguiram determinar alguns dos elementos químicos que foram ejetados na erupção vista no meio do século XIX. STIS analisou a informação química ao longo de uma seção estreita de um dos lobos gigantes de gás. Foi observado que no espectro resultante, o ferro e o nitrogênio definem o limite externo do vento maciço, um fluxo de partículas carregadas, da Eta Carinae A. A quantidade de massa transportada pelo vento é equivalente a um sol a cada mil anos. Embora esta "perda de massa" não pode soar muito grande, na verdade, é uma taxa enorme entre estrelas de todos os tipos. Uma estrutura muito fraca, vista em argônio, é evidência de uma interação entre os ventos Eta Carinae A e os do Eta Carinae B.



     
(Composição. Fonte:https://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/multimedia/ero/ero_eta_carinae.html)

(Localização Eta Carinae. Fonte: https://teacherdeniseselmo.wordpress.com/category/nebulosas-nebulosas/page/2/)

> Texto auxilio A morte de uma estrela: http://astronomia.blog.br/eta-carinae-morte-anunciada-de-uma-estrela/




 Escrito por Lorrane Olivlet